terça-feira, 15 de dezembro de 2009

PUTECHÉSTVIYE



“Viajar, perder países, ser outro constantemente”, diz Pessoa através de um de seus heterônimos. Por que é que custa tão caro e é tão burocrático atravessar fronteiras? Uma tribo gigantesca de humanos, seccionada por linhas terrestres, fluviais, aéreas. Não dava pra gente se encontrar sem essas barreiras e com mais freqüência? Foi maravilhoso visitar a Rússia, voltamos apaixonadas em poucos dias...há tanta coisa estupenda que a humanidade construiu em cada beirada do mundo. Imagine a possibilidade de compartilhar essas diferenças peculiares como um rito cotidiano? Pra que escola, essa instituição com prazo de validade vencido, monótona e repetitiva. Imagina a quantidade de aprendizado assimilada portando-se apenas um coração aberto, uma mente atenta e uma mochila nas costas. Eu tenho um imenso respeito pela organização Médicos sem Fronteiras, mas gostaria muito de ver efetivada a Professores sem Fronteiras, Crianças sem Fronteiras, Jardineiros sem Fronteiras, Cidadãos sem Fronteiras... afinal, tenho um mundo apenas pra chamar de meu.
(Maria Fernanda Laurito)

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