segunda-feira, 3 de agosto de 2009

MUSEU HERMITAGE

















O relato de nossa viagem à Russia não está obedecendo a nenhum critério temporal. Contamos apenas aleatoriamente a maravilhosa experiência, de modo livre e leve. Em São Petersburgo, estivemos cheias de deslumbramento no Hermitage. O pensamento se inunda de reflexões físicas e metafísicas num lugar daqueles. Quantas forças moveram-se para que o belo, o raro, a expressão do requinte que embevecia monarcas e seus séquitos, fosse ali representada. Mas é inevitável pensarmos também em quanta morte, dor e desespero perpassou tanta maravilha, soprando uma golfada de lucidez em nossas mentes, no sentido de que, no decorrer da história, qualquer que seja ela, sempre há um lado obscuro ecoando seus lamentos por entre as fendas da assepsia oficial. (Maria Fernanda Laurito)

Segundo a Wikipédia, “O Museu Hermitage é um dos maiores museus de arte do mundo e sua vasta coleção possui itens de praticamente todas as épocas, estilos e culturas da história russa, européia, oriental e do norte da África, e está distribuída em dez prédios, situados ao longo do rio Neva, dos quais sete constituem por si mesmos monumentos artísticos e históricos de grande importância. Neste conjunto o papel principal cabe ao Palácio de Inverno, que foi a residência oficial dos Czares quase ininterruptamente desde sua construção até a queda da monarquia russa.Organizado ao longo de dois séculos e meio, o Hermitage possui hoje um acervo de mais de 3 milhões de peças. O museu mantém ainda um teatro, uma academia musical e projetos subsidiários em outros países. O núcleo inicial da coleção foi formado com a aquisição, pela imperatriz Catarina II, em 1764, de uma coleção de 225 pinturas flamengas e alemãs do negociante berlinense Johann Ernest Gotzkowski.”

Retrospectiva Aleksandr Sokúrov

ARCA RUSSA (2002)

Um museu como um ser vivo, uma entidade que respira e tem personalidade própria. Sokúrov empresta alma ao colossal palacete do Hermitage, em São Petersburgo, um dos maiores museus do mundo, testemunho da saga russa ao longo dos séculos. Arca Russa foi filmado em um plano-sequência único, sem cortes, que dura 97 minutos e atravessa 35 salas do museu, transformando a tela de cinema em um quadro vivo por onde desfilam três séculos de história: Pedro, o Grande; Catarina, a Grande; Catarina II; Nicolau e Alexandra; a última ceia dos Romanov que é contraposta à Santa Ceia; o baile que encerra o filme e funciona como metáfora para os últimos brilhos do império russo. “Eu estava curioso para saber como seria habitar uma obra de arte, um monumento arquitetônico. Eu vejo o tempo em sua totalidade, um presente contínuo. É preciso estar dentro dele, sentir-me integral como o espaço artístico, esta arquitetura indivisível”, afirma o cineasta. Foram utilizados cerca de três mil figurantes na filmagem, que aconteceu em 23 de dezembro de 2001. Contudo, lembra Sokúrov, é um erro dizer que o filme foi feito em um único dia: a idéia surgiu há 15 anos e só a preparação levou sete meses. “A principal tarefa do cineasta não é filmar, mas compor.” O filme ganhou o prêmio IFC Visions no Festival de Cinema de Toronto 2002 como melhor filme. Para saber como Arca Russa foi feito, veja Filme de uma Seqüencia Só, de Michal Bukojemski, também na seleção de 26ª Mostra.

diretorALEKSANDR SOKÚROVroteiroANATOLY NIKIFOROV, ALEKSANDR
FONTE : http://www2.uol.com.br/mostra/30/p_exib_filme_arquivo_4668.shtml

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