segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Museu Maiakovski







Plantado numa prospékti inesperada em Moscow, "lúgubre" e esverdeado em seu formato combinatório, ora sinuoso, ora cravado geometricamente por megaestruturas de ferro vermelho e azul, o museu sugere por dentre seus amontoados líricos de significantes significados, mais do que uma biografia ilustrada, um verdadeiro ectoplasma poético e profético. Andar por lá é contactar mundos: de repente a figura exótica da matrioska personificada que, polidamente, nos dá algumas orientações (ou uma repreenão trágica, quando fotografamos o quarto do escritor), o estudante absorto e furtivo ou ainda o casal esdrúxulo saído de alguma mansarda cossaca do século XVIII. Como eles, nós, estranhas alienígenas, reverentes e compenetradas, quase levitamos. Bate uma imcompreensível nostalgia: Maiakóvski nos é ao mesmo tempo tão familiar e tão desconhecido... Mas a transcedência de sua arte nos alcança e, virulenta, nos acompanhará sem anticorpos pelo resto de nossa existência.


(Maria Fernanda Laurito)

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